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Mas, atenção: aqui não é uma especie de curso que te ensinará a ganhar dinheiro em pouco tempo. Este espaço é para quem quer fazer acontecer, como um trabalho de formiguinha mesmo, com paciência e erro, muito erro.
Por que fazemos o que fazemos?
Em algum momento da vida, fomos levados a escolher um caminho, com a ideia de que só é possível "ser alguém" se focarmos em uma única coisa – desde que essa "coisa" seja aceita socialmente e traga retorno financeiro.
Direito, medicina e engenharia formam a tríade das profissões mais valorizadas pela sociedade. Já a carreira de cantor, ator ou escritor, inevitavelmente gera preocupação nos pais, que temem nos ver passando fome.
A verdade, porém, é que toda profissão exige dedicação, e nenhuma delas – talvez com exceção da medicina – vai proporcionar retorno financeiro imediato.
Para muitos, só entrar na faculdade já é uma batalha, dependendo da condição social e financeira. Eu, por exemplo, consegui uma bolsa integral pelo Prouni, pois estudei a vida inteira em escola pública e não tinha condições de arcar com mais de R$ 1.000 de mensalidade.
Depois, já na faculdade, outra luta surge: conseguir um estágio.A maioria das vagas exige experiência, e se há algo que quem busca estágio geralmente não tem, é experiência.
E assim que você consegue uma oportunidade de emprego, você dá o melhor de si – ou pelo menos é o que se espera. Mas, antes de melhorar, as coisas tendem a piorar bastante, porque é um processo pelo qual todos passam. Ninguém nasce sabendo, a gente vai aprendendo no caminho.
Então chega a fase que muitos, como eu, temem: o fim do curso. E agora?
Eu, por exemplo, fiquei seis meses desempregada – sem passar fome, pois morava com minha mãe. Foram meses muito difíceis, com a dívida no cartão só crescendo, tendo que recusar convites dos amigos, pagando uma pós graduação e sem muito dinheiro para comprar livros ou curso preparatório para concursos. Nesse período, entendi que dinheiro, sim, pode proporcionar felicidade. Ir dormir sabendo que você tem como pagar suas contas traz a sensação de paz. Imagina quem consegue dormir sabendo que vai ter comida na mesa? Que o filho vai conseguir comprar o uniforme novo? Nossa saúde mental agradece. Só quem diz que dinheiro não traz felicidade quem ta nadando em grana e não sabe o que fazer com isso.
No meu caso, formada em Direito, ainda tenho que lutar para conseguir um estágio de pós-graduação, tirar a carteira da OAB, conquistar clientes ou estudar muito para passar em um concurso público.
Um engenheiro também não ganha dinheiro fácil. Ele precisa se dedicar para conseguir bons empregos e contratos. Um médico recém-formado enfrenta plantões de 48 horas, muitas vezes sem descanso adequado.
É importante desmistificar a ideia de que apenas essas três profissões garantem estabilidade financeira, porque nem sempre é assim. Todas as carreiras, profissões e trabalhos (há, sim, uma diferença entre essas três) dependem de esforço e boas oportunidades. A vida é muito mais difícil para quem não puxa saco de ninguém. Quem não tem um pai que te dê emprego ou um tio politico.
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Eu sei que "sonho" muitas vezes remete a algo infantil, como se pertencesse apenas a uma fase específica da vida e fosse inalcançável para uma pessoa adulta, independentemente da idade.
Quando eu era adolescente, eu já gostava de ler muitos livros e sempre entrava em uma espécie de depressão pós-leitura. Naquela época, surgiu o desejo de ser escritora. Eu queria muito escrever um livro, publicá-lo, e não necessariamente ganhar rios de dinheiro ou fama, mas ver uma história minha, saída da minha mente, ganhar o mundo. Queria que outras pessoas lessem essa história e talvez sentissem a mesma satisfação que eu sentia ao ler os livros de outros autores.
Ser escritora era/é o meu sonho.
Mas como eu iria ganhar dinheiro com isso? Parecia óbvio que eu passaria fome. Minha família toda vinha de uma origem humilde, e eles só conseguiram melhorar de vida através dos estudos. Meu pai é concursado, assim como meus tios e tias. Então, senti que essa era a minha única maneira de conquistar independência.
Comecei a estudar muito, mas era horrível. Estudar para concurso é extremamente difícil, mesmo sendo formada em Direito. Eu vivia estressada, cansada, chorando e enfrentando crises existenciais. Não tinha certeza se um dia conseguiria ser promotora de justiça, e, pior, não sabia nem se era isso mesmo que eu queria para a minha vida.
Estou contando um pouco da minha história, e sei que ela não vai reverberar em todo mundo. Afinal, tenho apenas 26 anos, algumas experiências, mas não tantas quanto outras pessoas. Também reconheço que tive oportunidades que meus pais não tiveram. Mas esse é justamente um ponto importante, e acredito que independe da idade: nossas escolhas nem sempre são feitas pensando em nós mesmos, nos nossos desejos e necessidades. Muitas vezes, elas são moldadas pela necessidade de mostrar aos outros que somos capazes, de provar para nossos pais que somos motivo de orgulho.
Ninguém quer fracassar em público, mas também ninguém quer enfrentar o fracasso sozinho, sem o apoio de ninguém.
Então, por que fazemos o que fazemos? E para quem fazemos?
Quando somos crianças, seguimos o que nos mandam. Mas, como adultos, temos que decidir por conta própria, e essa liberdade pode ser, ao mesmo tempo, incrível e assustadora. Quem nunca desejou que alguém segurasse sua mão e dissesse o que fazer? Talvez alguém que esteja lendo isso agora espere que eu seja essa pessoa, que pegue sua mão e guie o caminho.
Mas a verdade é que cada um de nós precisa encontrar suas próprias respostas.
Além disso, grande parte das nossas escolhas são pensando em dinheiro fácil. Quem não quer dinheiro fácil? Se não, não haveria tanta gente apostando nesses aplicativos e cassinos da vida. Isso vale para loterias, que estão sempre cheias de apostadores - meu padrasto mesmo deve já ter gastado o dinheiro de uma lotofácil só jogando.
Eu não sou terapeuta, adoro inclusive terapia e adoraria que todos pudessem fazer. No entando, quero compartilhar um exercício que me ajudou quando decidi parar de fazer o que eu estava fazendo e buscar uma nova carreira e, claro, me dedicar a escrita literaria.
Pegue uma folha e divida ao meio. Não importa o formato, apenas se certifique de ter dois lados bem definidos. De um lado, escreva "O que eu quero" e, do outro, "O que eu não quero".
Pense com calma e preencha cada lado com sinceridade. Pode ser qualquer coisa. Por exemplo, talvez você queira escrever um livro e publicá-lo, ou não quer depender financeiramente de outra pessoa. Não quer morar em uma cidade com praia? Quer ter um cachorro? Uma panela que custa R$1.000 reais? Coloque na lista. O importante é que você seja honesto consigo mesmo.
Faça a lista!
Eu nunca tinha viajado para fora do Brasil, simplesmente porque isso não cabia na minha realidade financeira. Meus pais não podiam arcar com isso, e nem eu. Mas eu sou do tipo de pessoa que, quando promete algo, faz de tudo para cumprir. E eu havia prometido a um amigo de infância que o visitaria em Portugal. Sempre tive esse desejo de ser uma aventureira, uma mochileira que conhece o mundo, mas com que dinheiro? Não sou herdeira e mal jogo na loteria.
Moro com minha mãe, então pensei: essa é a melhor chance que vou ter. Contei cada centavo que ganhei, economizei ao máximo, viajei sem despachar mala, fiquei em hostel e comprei minha passagem na promoção da 123 Milhas (e, ironicamente, assim que cheguei em Lisboa, a empresa anunciou falência).
E é aqui que a história começa a parecer cinematográfica, porque essa viagem realmente mudou minha vida. Eu me apaixonei e comecei a repensar o que eu queria da minha vida e o que significava sucesso para mim.
Quando voltei, decidi que mudaria tudo.
Desmistificar a ideia de que só se ganha dinheiro em três profissões foi um passo crucial, porque eu sabia que teria que me esforçar muito para construir uma carreira e ganhar meu sustento. Mas sabia que era possível.
Então, como cheguei ao copywriting?
Uma mulher, que também vinha do Direito e era da mesma cidade que eu, fez a transição para o copywriting e se tornou nômade digital. Inclusive, comprei o curso dela — que não era nada demais, apenas um curso básico explicando o que era copy para pessoas extremamente leigas, como eu era na época.
Tive inseguranças ao entrar no copy? Sim, com certeza. Eu não sabia nada de marketing e não era expert em gramática.
Mas, para mim, o copy fazia sentido.
No entanto, vale fazer um adendo, foi horrível descobrir que o marketing pode ser tão toxico quanto o direito. Quando eu descobri essas artimanhas de fazer as pessoas gastarem seu dinheiro com promessas milagrosas, fiquei apavorada com a ideia de me tornar esse tipo de pessoa. Eu teria que vender minha alma? Teria que me converter à lista de pessoas escrotas enganadoras?
Ainda tenho minhas crises com isso, inclusive, o motivo de eu ter adiado criar essa newsletter foi exatamente pelo medo de parecer ou me tornar esse tipo de pessoa.
Agora, vamos para mais uma atividade: qual é o seu objetivo?
“Quero ficar rico.”
“Quero ter liberdade geográfica e financeira.”
“Quero trabalhar com algo que eu goste, comprar uma casa e um carro.”
“Quero um emprego que me proporcione estabilidade.”
“Quero sair da casa dos meus pais.”
“Quero realizar meu sonho de ser empreendedora.”
Onde você está e para onde quer ir?
É fundamental começar a trabalhar isso na hora de tomar decisões importantes.
O que é negociável?
O que não é negociável?
Costumo dizer que, mais importante do que saber as respostas, é saber fazer as perguntas certas.
Qual o motivo que te levou a querer mudar de carreira?
Qual é o motivo que te levou a querer mudar de carreira? Você está insatisfeito? Teve um burnout? Ganha pouco?
COLOQUE NA FOLHA DE PAPEL.
Pode até ser um Word, mas eu acho mais desafiador fazer isso com um papel e caneta.
Vale ressaltar que não tem problema nenhum em querer trabalhar com algo que dê dinheiro, em vez de seguir com o que ama. Claro, a última opção é muito mais legal, mas não existe uma resposta certa aqui. Cada pessoa tem uma realidade diferente, e eu tenho certeza de que a maioria das pessoas que estudam para concursos não faz isso porque amam ser, por exemplo, analistas judiciários responsáveis por cuidar de prazos de recurso. Essas pessoas buscam dinheiro, estabilidade, pontos facultativos e férias remuneradas.
Além disso, nem sempre um hobby vai se tornar sua profissão e, se um dia se tornar sua profissão, saiba que o amor terá que lidar com a obrigação. E, convenhamos, quando algo vira trabalho/obrigação, começa a ficar meio chatinho. Mas não é regra!
Outra coisa importante a se considerar é que não existe estabilidade absoluta. Você sabia que, mesmo tendo passado em um concurso e estando nele por 10 anos, você pode ser demitido? É claro que isso é bastante improvável e envolve todo um processo, mas a estabilidade não é garantida.
A estabilidade, meu caro, é algo que você constrói.
Eu mesma comecei a ficar apavorada com a ideia de que nunca terei uma aposentadoria, pois nunca tive carteira assinada. Sempre trabalhei em órgãos públicos como bolsista e agora atuo como PJ.
Por isso estou correndo atrás de criar minha aposentadoria, ter uma reserva de emergência. Fazer a coisa acontecer, sabe?
“Ah mas eu não tenho dinheiro para fazer isso.”
Leitor. Se você começar a juntar 10 reais todo dia, daqui 20 anos essa quantia vai ser um valor consideravel, não é? Não vai te deixar rico, mas vai ser melhor do que não ter nada.
Não existe uma fórmula mágica nesse processo, mas, com certeza, ouvir o relato de outras pessoas é fundamental, pois isso pode te inspirar.
Recomeçar não é sinônimo de fracasso, mas sim de coragem. Poucas pessoas têm a ousadia de mudar os rumos de suas vidas e fazer as coisas acontecerem.
E quanto ao medo do que os outros vão falar sobre você, meu caro ou minha cara, saiba que as pessoas vão falar de você de qualquer maneira, faça você o que fizer.
Até semana que vem.
✍🏻 CONSIDERAÇÕES
A Café com Conteúdo nasceu da vontade de compartilhar minhas experiências profissionais, reflexões sobre carreira, escrita, marketing e, claro, algumas dicas ao longo do caminho. Mas, já vou avisando: não estou aqui para prometer fórmulas mágicas ou que você vai ganhar rios de dinheiro, porque isso eu não posso fazer por você.
O que eu quero, de verdade, é desmistificar algumas ideias que muitas vezes nos seguram, nos limitam. Aqui, o foco é abrir horizontes e mostrar que é possível ir além – sem ilusões, mas com muita verdade e autenticidade.
Você é o protagonista da sua história e o único capaz de fazer as coisas acontecerem. Mas eu sei que, às vezes, falta ânimo, autoestima e perspectiva, e isso torna tudo mais difícil.
Por isso, quero te ajudar a se tornar um questionador. Porque fazer as perguntas certas vai te ajudar a traçar o seu caminho com mais clareza e segurança. E mais do que te ajudar a questionar, quero te inspirar a agir. Quero que você se torne um fazedor!
A internet está cheia de conteúdos incríveis, muitos gratuitos ou acessíveis, mas às vezes é tanta informação que você acaba ainda mais perdido. Então, bora fazer acontecer.
Vale ressaltar que essa newsletter está só no começo e ela provavelmente irá mudar bastante no decorrer da jornada. Estou aberta a ouvir suas sugestões e ideias.
🧠 Dicas
Leitura do livro Grande Magia: Vida criativa sem medo da autora do livro Comer, Rezar e Amar. Essa vale para a galera que acha que não nasceu criativo e que isso é para quem tem dom.
A foto de capa da news é do filme Senhor estagiário, disponível no streaming Max. Nele mostra como nunca é tarde para aprender e trabalhar
Não deixe de conferir também…
Minha newsletter Café sem Açúcar é gratuita e enviada todas às quintas-feiras. Neste espaço, registro e relato pequenos acontecimentos da vida cotidiana e os transformo em pequenas crônicas e reflexões, tentando buscar nas entrelinhas o sentido das coisas. Também compartilho textos sobre filmes e séries, trazendo análises, dicas e explicações.
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